sábado, 9 de janeiro de 2010

Capitulo 1 - Nascimento

- Senhor o queres que eu faça!

- Calma amigo antes quero que me escutes. Você sabe, que sou brasileiro, e nasci em uma cidade pequena, mais muito linda chamada São Luís. Lá vivi durante 25 anos da minha vida, tinha amigos, uma casa muito humilde. Foi em São Luís, que conheci o meu primeiro amor, e acho que único, meus primeiros amigos, aqueles que se podem contar nos dedos das mãos.

Neste instante Nascimento levanta, dirige-se até uma das janelas e olha para o horizonte como se estivesse tentando ver o seu passado, a sua cidade, e os seus amigos. Volta olha para Ransu e continua.

- Sabe Ransu, a vida às vezes nos coloca alternativas, que não temos como dizer não, e depois de muito tempo paramos para pensar e nos perguntamos:

- Se tivéssemos escolhido outro caminho?

- Não entendi senhor!

- Deixa para lá, algum dia você saberá o que eu quis dizer, mais isso será depois que a sua história tiver sido construída.

- Mas voltando a São Luís, eu quero que você vá a essa cidade e cumpra a maior missão da sua vida.

- Qual senhor? Pelo amor de Deus, não me peça para matar alguém!

Neste momento, Nascimento sorriu com tanta vontade, que ficou com o peito doido.

- Calma meu amigo, não é nada disso! Mas a tarefa que lhe reserva é ainda bem mais difícil.

Continuou Nascimento. – Quando garoto, eu tinha um grupo de amigos que andávamos juntos como irmãos.

- Mal acordávamos, e era um chamando o outro. Tínhamos uma espécie de assobio, que nos identificávamos. Esse sinal de reconhecimento, nem a nossa maçonaria conhece. Em frente a minha casa planejávamos o dia, fazíamos campeonatos de botão, jogávamos bolinha no paga, construímos baladeira, para matar calango ou até mesmo para guerrear com mamonas.

- Senhor como se joga botão? Isso deve doer, e se pegasse nos olhos poderia até cegar. Desculpe senhor, mais essa brincadeira não me parecia muito sadia.

Nascimento voltou a rir novamente.

- Calma amigo, usávamos o botão, para imitar jogadores de futebol. Os botões conduziam bolas de algodão e linha e os goleiros eram feitos de caixa de fósforo pinheiro. O campo de jogo poderia ser a mesa de almoço, ou até mesmo um pedaço de madeira.

- Participávamos de campeonato, era uma confusão só. Mas todos saião alegres no final.

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